Medo. Esse é o sentimento de muita gente quando o assunto é viajar sozinho. Bem, acho que isso é até normal, ainda mais levando em consideração o fato de não sabermos o que nos espera. Ou seja, é comum sentir aquele frio na barriga.
Aliás, eu nunca consegui superar direito o fato de viajar sozinho. Sempre que isso ocorre, meio que me bate um certo nervosismo, principalmente na hora em que me vejo na fila da imigração para entrar em um novo país.
Porém, esse medo de viajar sozinho é o que impede muita gente de pegar a mala e aproveitar uma viagem quando não se tem companhia. Para ser sincero, esse receio também me impediu por vários anos.
Eu pensava: será que vou me virar sozinho? Será que vou aproveitar o passeio, me comunicar, encontrar alguém para tirar uma foto de mim em determinado ponto turístico?
Sim, você vai. Você sempre vai.
Mas, como faço para vencer esse medo e, finalmente, viajar sozinho? Olha, não tem muito segredo. Você compra as passagens, pega a mochila e vai, vai com o sentimento de que tudo dará certo.
E vai dar. Sempre haverá alguém para fazer companhia e para estender a mão, como conto a seguir.
Viajar sozinho é estender a mão e recebê-la
O dia havia terminado, e nós 3 voltávamos de bicicleta para o hostel depois de um passeio de barco que durou o dia todo. Estávamos cansados, porém felizes. Havíamos visitado lugares lindos, templos milenares e tido contato com moradores locais ainda não contaminados pelo turismo de massa.
Então, a ideia era chegar na acomodação, tomar um banho e sair para comer algo.
Porém, quando estávamos a menos de 300 metros de chegar ao hostel, Emma se distraiu e bateu a bicicleta num morador local, o qual vinha na direção contrária, também de bicicleta. Estávamos devagar, mas ela caiu de mau jeito e quebrou o braço. Sério, foi uma baita fatalidade.
Eu estava mais atrás e, quando vi, larguei a minha bicicleta e fui acudi-la. Parecia uma luxação no cotovelo ou algo assim. Emma, uma inglesa de 24 anos que apenas havia começado o mochilão pelo Sudeste Asiático, gemia de dor.
Tomáz, o italiano que ia na frente, só ficou sabendo do que havia ocorrido quando eu cheguei com ela ao hostel.
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Um táxi velho, um recepcionista de coração enorme e horas no hospital
Quando chegamos ao hostel, depois de uns 10 minutos caminhando, o povo olhava a cena e tentava entender o que havia ocorrido.
Aí, o gerente do hostel, o se inteirar do assunto, já chamou um táxi e pediu que o recepcionista nos acompanhasse. O veículo chegou e todos embarcamos: Emma, Tomáz, eu e o rapaz do qual, infelizmente, não recordo o nome.
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Estávamos em Inle Lake, uma vila no interior do Myanmar, e o hospital mais perto estava a cerca de 1 hora de distância, em Taunggyi. Como não sabíamos o que era, o taxista nos levou a uma espécie de clínica local.
Lá, depois de constatarem que se tratava de algo a mais que uma luxação, nos disseram para ir ao hospital. Então, fomos.
Chegando lá, Tomáz e eu presenciamos uma cena muito bonita. Ao ver e menina chorando de dor, uma enfermeira, na casa dos 50 anos, pegou uma cadeira de roda e acomodou Emma. Em seguida, pegou um lencinho, limpou as lágrimas dela, a fez um carinho e a beijou na cabeça.
Na hora, o italiano e eu nos olhamos e ele me disse: nunca vi isso ocorrer no meu país…
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Tipoia, remédios para a dor e fim precoce do mochilão
Enquanto Emma passava pelo raio-x, Tomáz e eu cuidávamos da parte burocrática, sempre com a ajuda imensurável e querida do menino que trabalhava no hostel. A parte boa é que ela tinha seguro viagem, o que tornou tudo mais fácil.
Aí, depois de constatar que a inglesa havia fraturado um dos ossos do antebraço, o médico ponderou que seria que ela realizasse a operação na Inglaterra. Não que o hospital não oferece o serviço. É que, segundo ele, além de ser mais fácil de resolver a situação, a garota estaria perto da família e tal.
Além disso, estávamos no fim de novembro, ou seja, a poucas semanas do Natal.
Com o braço imobilizado por uma tipoia, sem banho e famintos, voltamos todos ao hostel e, lá, aconteceu outro episódio bonito. Era quase meia-noite, e a senhora que cuidava do local, ao ver Emma naquele estado, logo quis ajudá-la a tomar banho.
Ou seja, haviam mãos de todos os lados dispostas a ajudar.
No dia seguinte, com menos dores e mais tranquila, Emma tratava da volta à Inglaterra junto à família e ao seguro saúde. Felizmente, tudo deu certo. Ela seguiu para Yangon, a maior cidade do Myanmar, e, de lá, voou (de maneira assistida) para Londres.
Para ela, o mochilão previsto para 6 meses, havia terminado logo na oitava semana. Antes de ir, ela nos disse que carregava um misto de sentimentos: tristeza por ter acabado daquele modo, mas feliz pela ajuda de todos e pela certeza de que logo voltaria para terminar o que ficou pelo caminho.
Já eu, me despedi de Tomáz e segui para Hpa-An, a minha última parada no país.
Ainda mantemos contato e, de vez em quando, trocamos mensagens para saber como e onde cada um está no momento. Aliás, sempre pegamos no pé dela por causa da fome que ela nos fez passar enquanto a esperávamos no hospital!
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Nunca estamos sós
A situação me deu ainda mais certeza de que viajar sozinho não significa estar sozinho. Não importa o país, tanto faz o idioma: sempre há alguém para nos dar a mão quando é necessário.
Me dei conta de que, além de encontrar parceiros para passeios ou para tomar algo no fim do dia, estamos sempre cercados de seres humanos de coração grande. E, veja bem, eu não estava numa capital europeia ou dos Estados Unidos, mas, sim, no interior do exótico Myanmar.
Aliás, só um parênteses: foi no Myanmar onde vivi as experiências mais bonitas durante o meu mochilão pelo Sudeste Asiático.
Então, caso você ainda esteja com algum receio de viajar sozinho (a), eu digo: vá! Vá de peito aberto e viva as coisas bonitas que esse mundão nos ensina.
Por experiência própria, afirmo que você nunca mais será o mesmo, e essa é a melhor parte!
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