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VIAJE MAIS: DINHEIRO SE RECUPERA, O TEMPO, NÃO

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    Em 2013, eu tinha uma vida estável. Morava num apartamento pequeno, mas confortável, no centro de Porto Alegre, e estava bem estabilizado profissionalmente. Por falar em profissão, eu tinha um salário acima do que se pagava para os profissionais do jornalismo, e disso não podia reclamar.

    Mas eu reclamava. Acumulava quase 8 anos trabalhando com comunicação na área política. Minha rotina era apagar incêndio quase o tempo todo. Sim, trabalhar com política é punk. Também havia a parte da estrada.

    O quê? Você está reclamando de viajar? Sim. No início da carreira, ir para a estrada a trabalho, era bacana. Conheci muitas cidades e vivi algumas experiências legais. Mas isso cansa e você nunca tem tempo para aproveitar nada, nem mesmo uma noite de sono.

    Aí, quando começa a perceber que a sua vida particular fica em terceiro plano, você começa a repensar tudo.

    Eu não tinha tempo para para beber com um amigo ou para ler um livro com calma. E, quando tinha, meio que me sentia culpado. Sério. Estava o tempo todo pensando no dia seguinte ou sobre o que tinha que fazer na semana que estava por começar. Ou seja, eu nunca clicava no botão ‘off’, nunca desligava completamente.

    Aos domingos, quando os tinha livres, ia ao parque tomar chimarrão, mas levava comigo os jornais. Desse modo, eu tinha como ficar informado sobre o que ocorria no meio político. Não, eu não conseguia desligar.

    A dificuldade de largar tudo

    Mas aí você pode perguntar: por que você não largou tudo antes? Eu respondo: as estabilidades profissional e financeira, mesmo que isso afetasse o meu lado emocional. Cheguei ao ponto de pensar em tomar remédio para controlar o stress, mas decidi tentar a terapia.

    Foi bacana. Em poucas sessões me dei conta de que precisava priorizar a minha mente antes, e não os interesses políticos dos outros. Mas e a grana, a estabilidade? Como você fez?

    Coloquei tudo na balança. Tinha 30 anos, e não queria tomar antidepressivos para me sentir melhor, para acobertar algo que não estava bem.

    Comecei a refletir, a fazer as contas e a colocar os meus sonhos no papel. Qual era o meu desejo? Fazer um mochilão pela América do Sul. O que me impedia? O medo de me esquecerem profissionalmente e também de não conseguir voltar ao patamar salarial que eu tinha na época.




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    A necessidade de decidir

    Mas eu precisava decidir. A minha saúde emocional ou a minha saúde financeira antes? Lembro bem da data. Era junho de 2013. Refleti, pus tudo na balança e, 2 meses depois, eu desembarcava na Irlanda para fazer um intercâmbio.

    Pensei: “cara, essa é a oportunidade! Vou cuidar um pouco mais de mim. A grana eu recupero de alguma maneira, ou não”. E foi o que fiz. Pensei de maneira mais racional e deixei o sonho da América do Sul de lado por um momento. Me dei conta de que necessitava, na verdade, melhorar o inglês.

    E a grana?

    A verdade é que nunca mais eu voltei ao patamar salarial que eu tinha em 2013. Entretanto, eu nunca mais voltei ao nível de estresse e de infelicidade de 2013. Me dei conta de que o dinheiro a gente recupera. Porém, o tempo, não! A saúde? Talvez.

    Vivi experiências únicas, conheci gente do mundo todo, aprendi idiomas e cresci como pessoa. Sim, cresci como pessoa, virei mais humano e passei a dar valor ao que realmente importa.

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    Ushuaia, capital da província de Tierra del Fuego (Patagônia Argentina)

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    E a grana? Olha, dinheiro é necessário, mas para pagar os meus gastos do cotidiano. Isso já não comanda mais a minha vida. Não é usado como sinônimo para felicidade. Aliás, longe disso. Quer dizer que não tenho planos ou ambição?

    Poxa, tenho muita ambição e muitos planos. Mas hoje sou mais minimalista. Compro somente o necessário e o que tem valor para mim, não para os outros. Me importo mais em ser sustentável e consumir de maneira racional. Isso fez com que a minha vida se tornasse mais sincera, tanto em relação aos outros, como a mim mesmo.

    E dinheiro sempre se consegue. Se não for na sua profissão, será lavando prato em algum restaurante. E há algo errado nisso? Não, não mesmo! E isso você também aprende viajando, inserido em diferentes culturas, convivendo com pessoas de outras partes do mundo. Aprende que classismos sociais são tóxicas ilusões. Aprende que o que vale vem de dentro.



    Você passa a ver o que realmente importa: o ser humano, os valores e o que fazemos para nos tornarmos melhores. É quando você se dá conta de que dinheiro sempre se recupera. Já o seu tempo (que vale mais do que tudo), não!

    Por isso, não gaste a sua vida somente para ganhar dinheiro. Lembre-se de que você está pagando esse dinheiro, justamente, com vida. E a vida é o seu bem mais precioso!


    E aí, gostou da crônica sobre viajar mais? Tem alguma experiência que gostaria de compartilhar? Então deixe o seu comentário abaixo!

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