CONHECER AS ILHAS DE PUNO
Sabe aquelas experiências que você guarda no coração por toda a vida? Então, foi isso que vivi ao conhecer as ilhas de Puno, no Peru. Em um tour de 2 dias, estive nas ilhas de Uros, Amantaní e Taquile.
A verdade é que eu não tinha conhecimento do passeio. Tive a sorte de uma amiga peruana me dizer algo como: “você precisa conhecer as ilhas de Puno! Tenho certeza que terá uma das melhores experiências da sua vida”.
Aí comecei a pesquisar na internet e, claro, perguntar tudo o que era possível à ela. Não houve erro. Conhecer as ilhas de Puno foi uma experiência mágica, na qual tive a oportunidade de entrar em contato direto com a cultura Quéchua, um povo andino presente na região muito antes mesmo da ascensão Inca.
Se você quiser saber mais sobre como é a experiência de conhecer as ilhas de Puno, no Peru, dá uma olhada nas informações a seguir.
Antes das ilhas, falamos de Puno
Por que “ilhas de Puno”? Porque Puno é a cidade às margens do Lago Titicaca de onde partem os passeios para Uros, Amantaní e Taquile. Na realidade, as 3 ilhas fazem parte do território da cidade.
Com uma população de cerca de 150 mil habitantes, Puno é a capital do departamento de mesmo nome. Está localizada ao sudeste do Peru.
Como chegar em Puno?
Para chegar em Puno e conhecer as suas ilhas, é fácil. Há diversos meios de transporte (com destaque para os ônibus) que saem de La Paz (Bolívia), Arequipa e Cusco, no Peru.
Onde devo me hospedar?
Os passeios de 2 dias, que permitem conhecer as ilhas de Puno, saem cedinho, ao redor das 8h da manhã. Desse modo, eu sugiro que você chegue a Puno um dia antes e descanse.
Há muitas opções de acomodação em Puno, as quais são relativamente baratas. No meu caso, paguei 20 Soles por um hostel bem no centro da cidade. Foi bacana, pois eu havia saído de La Paz pela manhã e estava bem cansado.
Onde buscar hospedagem em Puno? Eu sugiro os buscadores Booking.com e Airbnb, que têm opções para todos os gostos e bolsos.
Como comprar o passeio para as ilhas de Puno?
O passeio pelas ilhas de Uros, Amantaní e Taquile está entre as principais atrações turísticas de Puno. Desse modo, comprar o tour é fácil. Entretanto, é preciso ficar esperto.
Se você viajar durante a alta temporada (dezembro a fevereiro, e julho a agosto), é importante que compre o passeio com antecedência, pois a procura é grande. Eu sugiro o buscador Get Your Guide, que conta com diversas opções de tour.
Já se você quiser conhecer as ilhas de Puno durante a baixa temporada, pode comprar o passeio em uma das diversas agências espalhadas pelo centro da cidade. Além disso, a maioria dos hotéis e hostel da cidade também oferece o passeio.
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Como é o passeio de 2 dias
Para conhecer as ilhas se Puno, você sai cedo. Eu acordei, tomei banho e, ao redor das 8h da manhã, a van passou para me buscar e me levar ao porto da cidade.
> Por que mencionei o “banho”? Porque dificilmente você encontrará uma casa com chuveiro na ilha de Amantaní, onde dormirá. Desse modo, tomar banho é algo raro. Ou seja, faça isso antes do passeio e leve também lenços umedecidos.
Chegando ao porto, você vai diretamente para o barco da empresa contratada. Antes de partir para conhecer as ilhas de Puno, ao redor das 8h30, escuta uma série de explicações e sugestões do guia.
Como se conhecem 3 ilhas, resolvi destacar cada uma delas de maneira separada. Assim, você terá uma noção melhor do que te espera no passeio pelas ilhas de Puno.
Ilhas flutuantes dos Uros
As ilhas flutuantes dos Uros (povo ancestral) são um conjunto de de 80 ilhas artificiais construídas sobre o Lago Titicaca. Sim, ilhas flutuantes, nas quais vivem entre 4 e 8 famílias. Estão localizadas a pouco menos de 10 km do centro da cidade.
É em uma das ilhas flutuantes em que você fará a primeira parada do passeio. Ali, conhecerá a vida cotidiana dos moradores e entenderá como as ilhas artificiais são construídas.
Em seguida, ainda conhecerá a “Ilha Capital”, a única a contar com comércio, e de onde se governa o restante das ilhas.
A construção das ilhas
As ilhas são feitas de “totora”, uma planta aquática presente na baía de Puno. Para construí-las, os moradores (que se comunicam em Aymara), utilizam blocos de raízes de totora, sobre os quais colocam diversas camadas da planta de forma entrelaçada.
A totora, aliás, está presente em praticamente tudo: na construção de casas e barcos, de móveis, e de artesanato.
Os Uros estão presentes na região há mais de 400 anos. Atualmente, têm como base de subsistência a pesca, a caça e a colheita de ovos de aves. Além disso, o turismo também contribui para a economia dos moradores.
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Ilha de Amantaní, o local de hospedagem
De todas as ilhas de Puno, a de Amantaní é a qual ganhará o seu coração (ou ganhará mais!). Foi nela onde tive uma das experiências mais bonitas da minha vida.
Depois de conhecer as ilhas dos Uros, você volta ao barco, onde navega por mais de 2h30 sobre o Titicaca até chegar a Amantaní. 40 km distante do centro de Puno, a ilha conta com ao redor de 4 mil habitantes, todos de origem Quéchua.
A principal das ilhas de Puno
Amantaní é maior e principal ilha de Puno. É lá onde ocorre a hospedagem, e onde você entra em contato direto com a cultura e os descendentes dos Quéchua.
Ao desembarcar, você verá várias senhoras vestidas com trajes típicos. É na casa de uma delas na qual você ficará. O nome da minha senhora era Emiliana.
Depois de apresentados, Emiliana me conduziu para a sua casa (junto com 2 ingleses). Durante o caminho, conversou pouco. Acredito que era timidez, pois, na mesma noite, já fazia piadas e nos enchia de perguntas curiosas.
Sobre a hospedagem na casa da família
Antes de mais nada, é importante destacar que você não encontrará nada luxuoso. No entanto, muito do que você verá, o fará repensar muitos conceitos pessoais. Pelo menos foi isso o que ocorreu comigo.
Enquanto caminhávamos em direção a sua casa, dona Emiliana nos explicava um pouco do seu cotidiano, muito relacionado à agricultura. Nos mostrava como colher quinoa, prato que preparou para o almoço.
A comida, aliás, era toda cozinha em um fogão a lenha feito de barro. Já a nossa acomodação, era bastante simples, mas aconchegante. Eram 2 quartos na parte superior da casa, os quais, acredito, pertenciam a seus filhos (José e Reyna). Havia água encanada e energia solar. Porém, não houve como tomar banho.
Ah, e haviam muitas cores pela casa, com destaque para as confecções têxteis. Algo muito típico da cultura Quéchua.
Os passeios por Amantaní
Como eu disse antes, Amantaní é a principal das ilhas de Puno, e possui muitos pontos a se visitar.
Depois do almoço, descansamos um pouco. Em seguida, dona Emiliana nos levou a um local, onde nos encontramos com o restante do grupo. De lá, seguimos para o topo da ilha, onde estão os templos de Pachatata (Pai Terra) e Pachamama (Mãe Terra), ruínas antigas da cultura Tiwanaku, anterior aos Incas.
No meio do caminho, ouvimos explicações históricas do guia, um morador da ilha de Amantaní. Depois disso, foi a vez sentar em um penhasco à beira do Titicaca e apreciar um pôr do sol de tirar o fôlego.
Festa típica
Quando regressamos à casa da Dona Emiliana, eu estava cansado. A altitude de quase 4 mil metros me incomodava para respirar.
Porém, a senhora veio nos avisar que havia uma festa típica na comunidade, e que poderíamos ir depois da janta. Pensei: “dane-se o cansaço e a altitude. Era um momento único”. Fomos, os ingleses, Emiliana e eu. Antes disso, ela nos emprestou trajes típicos, como poncho e touca.
Foi divertido. Dançamos ao som de músicas típicas embaladas por flautas andinas. Eu estava feliz demais por viver aquilo.
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Sobre a ilha de Amantaní
A ilha de Amantaní possui cerca de 4 mil habitantes, os quais estão divididos em 10 comunidades. A base da economia é a agricultura de grãos, e o trabalho é realizado de maneira coletiva.
Além disso, o turismo também contribui para a sobrevivência das famílias, que se revezam no recebimento dos turistas. Por falar em famílias, o povo é simples, acolhedor e trabalhador.
Ao redor dos 60 anos, Dona Emiliana, que me recebeu, acorda todos os dias às 3h da manhã para organizar a casa. Às 6h, já está no monte lidando com a agricultura. Lá, permanece até o sol se pôr. Entretanto, nunca tira o sorriso do rosto!
Segundo dia: ilha de Taquile
No segundo dia, acordamos às 6h, tomamos café, e seguimos para o barco. Antes, nos despedimos das famílias que nos acolheram.
Navegamos ao redor de 1 hora até chegar a Taquile, outra das ilhas de Puno. Cabe destacar que Taquile é bastante menor que Amantaní, mas também conta com atrações históricas. Aliás, recebe turistas há mais de 40 anos.
Um dos exemplos é o Templo da Lua, de origem pré-Inca. O templo foi construído em 4 partes, cada uma delas homenageando uma das fases da lua: nova, crescente, cheia e minguante.
Muito antigamente, ocorriam rituais no templo, com o intuito de agradar a Lua e garantir a fertilidade da colheita.
Apesar de os rituais não ocorrerem mais, os moradores de Taquile ainda guardam o primeiro dia de cada Lua. Ou seja, não trabalham com o intuito de respeitar o astro.
Almoço e volta para Puno
Depois de conhecer o Templo da Lua e caminhar pela ilha, regressamos em direção da embarcação. No entanto, antes almoçamos tendo o Titicaca diante dos olhos.
Saímos de Taquile ao redor das 12h, e enfrentamos 3 horas de barco até retornar a Puno.
Sobre Taquile
Taquile está a 36 km de Puno, e conta com ao redor de 2 mil habitantes, todos de origem Quechua. A quase 4 mil metros acima do nível do mar, já serviu de prisão política durante a invasão espanhola. No entanto, em 1970, Taquile foi devolvida aos seus verdadeiros donos: os descendentes Quéchua.
Vale a pena fazer o passeio pelas ilhas de Puno?
Sim, vale muito a pena fazer o passeio pelas ilhas de Puno. Como eu escrevi antes, se trata de uma experiência única que levarei para toda a vida.
Em muitos momentos pensei: “cara, eu tô no meio do Lago Titicaca, hospedado na casa de uma moradora de origem Quéchua que mal fala espanhol, e tô feliz demais. Como esse mundão é lindo!”.
Por isso, se você pretende fazer o passeio de 2 dias pelas ilhas de Puno, eu digo: vá! Lá você ficará desconectado do mundo digital e viverá uma experiência linda.
Quando ir?
Se você pretende visitar as ilhas de Puno, fique atento às datas. Faz realmente frio durante o outono e o inverno. Eu fui no início de abril e a temperatura baixou dos 5ºC durante pela noite. Durante o dia, o clima era mais agradável.
Entretanto, se você for durante a alta temporada (dezembro a fevereiro, e julho a agosto), tente comprar os passeios de maneira antecipada.
E a altitude, maltrata?
Sim, a altitude realmente pega a gente. Principalmente se você não estiver ambientado. Desse modo, eu sugiro que você chegue a Puno, ou a alguma cidade próxima (Arequipa ou Cusco), uns dias antes. Assim, poderá se acostumar e com certeza sofrerá menos.
I Importante: Seguro Viagem Internacional
O seguro viagem internacional não é obrigatório para viajar na América do Sul, porém, muito indicado. Lembre-se que há muito turismo de aventura, o qual envolve riscos. Além disso, você estará longe de casa.
Aliás, eu sempre compro o meu seguro utilizando o buscador Seguros Promo, que oferece opções baratas e personalizadas. Além disso, se você usar o cupom VIDANAMALA5, ainda ganha 5% de desconto.Veja uma simulação:
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