MORAR EM BRIGHTON
Eu morava em Dublin, em 2014, quando conheci a Giovana Rech. Ela começou a trabalhar na mesma cafeteria na qual eu já estava há alguns meses. Antes dela, havia chegado o Vinicius Emer, que a indicou, claro.
Por um curto período de tempo, nos tornamos amigos, enquanto dividimos a mesma rotina: atender, em inglês, clientes que, nem sempre, chegavam à cafeteria com melhor humor do dia.
Fui ao casamento deles, também em Dublin, e os vi partir para morar em Brighton. O contato diminuiu, mas não desapareceu. O que me deixa feliz!
Quando tive a ideia de colocar uma parte de entrevistas no Vida na Mala, foi neles que pensei logo de cara. E eles toparam. Por meio de mensagens de WhatsApp e de Instagram, a Giovana me contou como é a vida deles na Inglaterra, mais especificamente, morando em Brighton.
Quer saber mais como é morar em Brighton? Então dá uma olhada no bate-papo que tive com a Giovana.
1 Vida na Mala: você havia tido a experiência de morar em Brighton antes, né? Por quanto tempo?
Giovana: sim. Eu já havia tido a oportunidade de morar em Brighton em 2008.
2 Vida na Mala: o que te levou a Brighton na primeira vez? Por que Brighton e não Londres?
Giovana: eu vim para Brighton porque na época em tinha 2 irmãs morando aqui. Eu havia terminado o Ensino Médio e vim para cá fazer um intercâmbio, passar um tempo com elas e aprender inglês.
3 Vida na Mala: porém, quando você voltou à Europa, a Irlanda foi o primeiro destino. Por quê?
Giovana: desde que voltei ao Brasil, em 2008, eu sempre quis retornar à Europa. Só que, nesse meio tempo, eu comecei a faculdade (Nutrição) e conheci o Vini. Aí, em 2014, eu iria me formar e o Vini tinha trocado de curso, e estava na metade da faculdade que estava fazendo.
Então, ficamos naquele dilema: esperar ele acabar e eu começar a minha vida profissional, ou ele trancar a faculdade e a gente tentar a vida na Inglaterra.
Mas aí, começamos a pesquisar e vimos que a questão de visto para brasileiro na Inglaterra estava bem complicads, e que os estudantes (de inglês) já não podiam mais trabalhar. Então, nós começamos a pesquisar outros países, e acabamos nos deparando com a Irlanda e com Malta.
Optamos pela Irlanda por ser mais o que estávamos esperando, e também porque ficava mais perto. Na verdade, sempre tivemos a intenção de morar em Brighton. Fomos para Dublin para ver como seria a nossa vida na Europa, se gostaríamos, se ficaríamos e o que iríamos fazer.
4 Vida na Mala: por quanto tempo vocês ficaram por lá? E quais foram os fatos mais marcantes?
Giovana: ficamos na Irlanda por 10 meses, e o fato mais marcante com certeza foi o nosso casamento (espero que para o Vini também! Risos). Foi quando começamos a nossa a vida a dois, de fato. Nunca havíamos morado juntos, nunca havíamos tido essa experiência como casal, e foi lá (na Irlanda) onde tudo começou. Foi um pouco complicado, pois quando a gente namora, chega o fim do dia e cada um vai para casa, ou seja, é diferente.
Então, a nossa vida a dois foi o que mais marcou. A nossa experiência em Dublin foi muito intensa. Além de lidarmos com medos e desafios, estávamos morando juntos e tivemos que nos virar sozinhos, pois não conhecíamos ninguém. Fomos na cara e na coragem, então, foram meses bem intensos e fortes emoções (risos), mas deu tudo certo.
Hoje pensamos na Irlanda como o nosso primeiro passo como casal, assim como o marco da vida aqui Europa. Foi muito importante e marcou bastante. São diversas as lembranças.
5 Vida na Mala: o que motivou o regresso a Brighton? Foi difícil tomar a decisão?
Giovana: como eu disse antes, a ideia inicial sempre foi morar em Brighton. Eu digo que o Vini foi muito corajoso, pois ele abraçou a ideia. Nunca havíamos vindo juntos nem mesmo a passeio, e ele acreditou em mim. Eu sempre gostei muito de Brighton, pois se trata de uma cidade muito aberta. Não é somente pela praia, apesar de ser ótimo contar com isso, com a possibilidade de ver o mar.
Tudo acontece aqui. Brighton é uma cidade tranquila, mas ao mesmo é uma cidade moderna e contemporânea. A maior parada gay da Inglaterra, por exemplo, ocorre aqui. Brighton é muito viva, e eu sempre destaquei isso para o Vini, e ele acreditou.
Foi difícil deixar Dublin, pois a nossa vida juntos tinha começado lá, mas estávamos preparados para a mudança, estávamos preparados para vir morar em Brighton.
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6 Vida na Mala: quanto tempo em Brighton já? Como foi o início? Quais as principais dificuldades?
Giovana: completamos 4 anos em junho (2019), e o início foi menos conturbado que Dublin, pois já tínhamos a experiência de viver juntos e longe do Brasil. Chegamos com outra energia, em pleno verão. A única dificuldade de fato, foi ter que dividir casa no início, o que não fizemos nem mesmo em Dublin. Então, tivemos que aprender a conviver com pessoas que nunca havíamos visto antes.
7 Vida na Mala: e como é o dia a dia em Brighton? Mercado de trabalho, moradia?
Giovana: o dia a dia em Brighton? Olha, eu sou muito suspeita, pois eu amo morar em Brighton. Para mim, se trata de uma das melhores cidades que visitei na minha vida. Não sei, acho que tenho uma conexão, não sei explicar. Acho que essa coisa de ter o mar, da mistura entre cidade grande e praia…
O cotidiano aqui é muito bom, principalmente no verão, claro, pois você sai do trabalho e vai para a beira da praia. Sempre encontra alguém. Apesar de não ser uma cidade pequena, muito se concentra no centro, e você sempre acaba encontrando alguém. Eu adoro, há uma energia muito boa aqui.
Já morar em Brighton, não é muito barato. Eu diria que o custo de vida e os salários se comparam a Londres, mas o mercado de trabalho é bem aberto. Acredito que, para quem está chegando e quer trabalhar, não há problema. Mas, claro, depende da área que se busca, a intenção de crescimento e tal.
8 Vida na Mala: vocês já se sentem em casa? Conseguiram fazer amigos locais?
Giovana: eu me sinto muito em casa. Não há outra cidade que eu tenha visitado e pensado em largar tudo, e recomeçar. Claro que visitamos outras cidades e amamos a energia, mas não moraríamos. Eu gosto muito de morar em Brighton, amo a cidade. Acho que é o meu lugar e acredito que o Vini também pensa o mesmo. Sempre conversamos sobre isso e nos sentimos em casa.
Quanto amigos locais, temos, sim. Mas a nossa convivência no dia a dia é mais com latinos, como venezuelanos e colombianos, por exemplo. Eu acho que as raízes latinas são muito parecidas, como a cultura de se reunir no fim de semana, de jantar ou de tomar café, por exemplo.
Isso nem sempre ocorre com o pessoal nativo, que é mais acostumado a beber em um bar, não de ir um na casa do outro. Mas temos amigos daqui e que são demais, muito queridos. Mas a convivência maior é com latinos mesmo.
9 Vida na Mala: já passou pela cabeça a vontade de ir embora de Brighton?
Giovana: não, nunca pensamos em ir embora de Brighton. Passamos por muitas dificuldades, como em Dublin, por exemplo, mas nunca pensamos em voltar para o Brasil. Mesmo com todos os contratempos, sempre trabalhamos para reverter a situação.
Temos vários amigos que já pensaram em voltar, outros que voltaram. Nós sempre persistimos, pois sabemos que, ao morar em Brighton, temos uma qualidade de vida que, infelizmente, o Brasil não pode nos oferecer no momento.
Temos também a possibilidade de vivermos juntos, viajar para lugares que viajamos, ou fazer coisas que gostamos. São questões que, infelizmente, no Brasil são inviáveis, principalmente em termos financeiros. Ainda tem a questão da segurança. Aqui, nos locomovemos com facilidade, caminhamos tranquilamente durante à noite, fazemos tudo o que precisamos sem ter que conviver com medo, aquele medo de ser assaltado, por exemplo.
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10 Vida na Mala: voltando a um ponto anterior. Por que Brighton e não Londres? Quais as vantagens de viver em Brighton em relação a Londres? E as desvantagens?
Giovana: eu gosto de dizer que Brighton é uma mini Londres. Tem praticamente tudo o que há lá, mas numa proporção menor, claro. Aqui também temos bares, festas. Eu adoro visitar Londres, acho que é uma cidade incrível, mas, quando voltamos a Brighton, pensamos: “que bom”. Como gostamos muito de morar em Brighton, não chegamos a cogitar mudança para Londres. Mas, nunca diga nunca. Porém, estamos perto (de Londres), e morar lá não passa pela cabeça.
A vantagem de Brighton, é que todas as coisas são possíveis de serem feitas caminhando, ou de forma rápida pelo transporte público. Londres é uma loucura. Metrô, ônibus, muita gente, turistas, uma cidade que não para. Porém, há quem adore isso tudo, como amigos nossos que moram lá. Mas nós não somos muito desse estilo de vida. Por isso, acho que morar em Brighton é a melhor opção.
11 Vida na Mala: o que vocês mais gostam de fazer em Brighton? Quais os pontos turísticos que vocês indicariam a alguém que visita a cidade pela primeira?
Giovana: no inverno, fazemos mais programas em locais fechados, pois o inverno limita muito. Encontramos amigos, tomamos um café, ficamos em casa. Já no verão, a cidade pega fogo. Tudo acontece no verão. Há muitos festivais, muita gente vem para Brighton.
Nós, especialmente, gostamos de ir para a praia, a parques, encontrar amigos e ir a eventos ao ar livre. Cada fim de semana tem um evento, um festival de música, de comida…
Não há muitos pontos turísticos, mas tem o Brighton Pier, o Royal Pavillion, e atrações à beira da praia. Também a British Airways i360, a maior torre móvel da Europa.
11 Vida na Mala: e como vocês lidam com a distância do Brasil? O que mais afeta?
Giovana: é complicado. Sempre se sente falta da família e dos amigos, mas a internet ajuda muito. Isso faz com que fiquemos a par de tudo o que ocorre no Brasil. Estamos sempre nos comunicando com todos. É claro que é complicado. Sentimos saudade de ter esse contato, mas lidamos assim, e tentamos nos visitar com certa frequência. Viajamos juntos sempre quando dá.
12 Vida na Mala: algum plano de voltar? Ou isso ainda não passa pela cabeça?
Giovana: como eu disse antes, não temos nenhum plano de voltar. Estamos bem acomodados aqui, apesar de algumas dificuldades que acabam surgindo no dia a dia. Mas nós nos encontramos aqui. Já aprendemos a morar em Brighton, já passamos por diversas situações e aprendemos, crescemos.
13 Vida na Mala: para terminar, gostaria que você resumisse como é morar em Brighton.
Giovana: morar em Brighton é maravilhoso, é uma experiência única. Claro que cada um tem o seu ponto de vista, mas, para mim, essa cidade tem algo mágico. Brighton te ensina quebrar muitos pré-conceitos, não somente com pessoas, mas com situações, ideias. Tanto que aqui nós nos tornamos veganos, e com certeza a decisão foi mas fácil.
A ideia, talvez, surgiu por outros motivos, mas, como eu disse antes, Brighton é muito aberta, moderna e contemporânea, o que ajudou muito. Hoje sentimos que foi uma das melhores decisões que tomamos em nossas vidas, e com certeza Brighton nos ajudou com isso.
Eu gosto muito de Brighton, tenho uma conexão muito forte com essa cidade. Isso desde de 2008, quando vim morar em Brighton pela primeira vez. Nunca me arrependi de ter desejado voltar. De uma forma simplificada, eu amo morar em Brighton!
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E aí, gostou da entrevista sobre como é morar em Brighton? Tem alguma dúvida? Então deixe o seu comentário abaixo.
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