Entenda como conhecer a Comuna 13, em Medellín, uma comunidade que está marcada para sempre na história da Colômbia.
Confira ainda dicas de passeios pela comunidade, quando ir, o que levar e onde se hospedar em Medellín.
A IMPORTÂNCIA DE CONHECER A COMUNA 13 NUMA VISITA A MEDELLÍN
“Eu lembro bem de policiais chegando em grupos e com armas pesadas nas mãos. A gente corria e se escondia como podia. Era tiro para todo lado”.
Assim nos contou Cesar, um jovem de 24 anos que sempre morou na Comuna 13, em Medellín.
“Hoje é outra história. A gente caminha por aqui de boa”, diz.
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Nos anos 80 e 90, a Comuna 13 era a comunidade mais perigosa de Medellín que, por sua vez, era considerada a cidade mais perigosa do mundo. Aliás, eram tempos de guerra entre cartéis pelo domínio da venda de drogas, com destaque para a cocaína: eram tempos de Pablo Escobar.
Nessa época, a ideia de conhecer a Comuna 13 era algo que dificilmente passava pela cabeça de gente sã. A viagem, em grande parte das vezes, poderia ser sem volta.
l Quer saber mais sobre como conhecer a Comuna 13? Então dá uma olhadinha no vídeo abaixo 🙂
Conhecer a Comuna 13: história
Mas, por que conhecer a Comuna 13 era tão perigoso?
Bem, a Comuna 13 é apenas 1 das 16 comunidades em Medellín, entretanto, está em um ponto estratégico aos olhos do narcotráfico: no extremo norte da cidade e bem próxima da rodovia San Juan. Ou seja, um ótimo local para a entrada e saída de cocaína e também de armas.
Não à toa, isso fez com que a Comuna 13 passasse a ser disputada por diferentes grupos, como as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o ELN (Exército de Libertação Nacional) e o CAP (Comandos Armados do Povo).
O resultado disso foi dinheiro e mortes, muitas mortes.
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Como a história mudou?
Porém, hoje a história é bem diferente, e cerca de 500 pessoas chegam todos os dias para conhecer a Comuna 13. Aliás, na alta temporada (dezembro a fevereiro, e julho a setembro), o número aumenta.
Para se ter uma ideia, a comunidade é o espaço mais visitado de Medellín nos tempos atuais.
Como escrevi no artigo que trata dos pontos turísticos de Medellín, a cidade ganhou diversos prêmios internacionais por investir em projetos sustentáveis e de geração de emprego e renda.
Além disso, o Poder Público passou a investir fortemente em zonas marginalizadas, como as comunidades.
Ou seja, o Estado deixou de levar somente a repressão à periferia, e começou a ofertar políticas públicas transformadoras. Aliás, tais políticas, transformaram ambientes e ofereceram alternativas à população carente, que deixou de ver no narcotráfico a única chance de sobrevivência.
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Políticas “públicas” de verdade
Além oferecer mais proteção, com policiamento nas comunidades, o Estado começou a mudar a cara da periferia: construiu mais escolas e espaços para a prática de esporte, reformou e construiu praças e investiu em mobilidade urbana.
Para se ter ideia, hoje, algumas comunidades são conectadas de forma integrada ao metrô por meio de teleférico (chamado Metrocable). Com isso, moradores que antes viviam praticamente isolados, agora podem agora ir para todas as partes por preços irrisórios (que não chegam a R$ 2,00 por viagem).
Ao todo, são 4 linhas de teleférico, as quais chegam aos 10,7 km de extensão. Porém, o sistema será ampliado.
Então, pessoas que antes eram marginalizadas começaram a se sentir cidadãos, de fato. Moradores, que antes demoravam ao redor de 3 horas para chegar ao centro para trabalhar, hoje não levam mais que 1 hora.
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As escadas que trouxeram arte e turismo
Assim como no Brasil, as comunas estão localizadas nos morros. Então, como não poderia deixar de ser, há degrau para todos os lados, os quais dificultam o dia a dia de moradores.
Entretanto, na Comuna 13, a situação foi pelo menos amenizada. Em 2012, o Estado construiu escadas rolantes na comunidade, as quais substituíram pelo menos 350 degraus. Além de modernas, também são cobertas.
E as escadas mudaram muito a vida dos moradores
Com a ideia de ‘embelezar’ os arredores das escadas rolantes, moradores começaram a pintar as suas casas, o que também melhorou a autoestima do local.
Então, a ação trouxe consigo o movimento grafiteiro, que começou a colorir os muros da comunidade. Aliás, nas pinturas são destacadas histórias pelas quais a Comuna 13 passou, como disputas, repressão policial e mudança.
Aí, a beleza dos grafites, por sua vez, começou a atrair turistas do mundo todo, que buscaram conhecer a Comuna 13 mais de perto. Ou seja, foi uma reação em cadeia.
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Uma semente que gera frutos
A chegada dos turistas animou a comunidade e gerou alternativas de renda: foram abertas lojinhas de artesanato, de pintura e de comidas de rua. Além disso, famílias locais investiram em pequenos restaurantes, em bares.
Entretanto, há mais: jovens, que antes eram aliciados pelo crime organizado, viraram guias turísticos comunitários. Passaram a ganhar a vida contando como é, e como era, a vida ali.
Além disso, os guias locais também explicam o significado de grafite presente. Aliás, confesso que fiquei impressionado com a beleza e com o que as pinturas “contam”: guerra de facções, mortes de civis, repressão policial, ressurgimento, memórias e futuro.
Fiz o tour guiado, e indico de verdade!
Olha, eu fiz o tour e confesso que foi uma ótima decisão!
Então, para fazer o passeio, há 2 opções: a primeira é se deslocar até a comunidade e, lá, negociar o preço do passeio pelo lugar com guias que se encontram na entrada.
Para chegar à Comuna 13, você pode pegar o metrô (linha B) até a estação de San Antonio e, de lá, caminhar mais 15 minutos. Além disso, também pode chamar um Uber.
A segunda opção para visitar a Comuna 13 é contratar um passeio guiado, o qual inclui traslado de ida e volta a partir da sua acomodação, assim como um guia local. Aliás, se trata de uma opção bastante cômoda.
l Como é o tour pela comunidade
Cabe destacar que você pode conhecer a Comuna 13 de maneira independente e sem custo. Ou seja, basta chegar lá e caminhar pelas escadarias.
Dica 1: se estiver sozinho, não desvie muito da rota turística. O lugar é tranquilo, mas o crime não morreu por completo.
Dica 2: se puder, faça um tour guiado, pois tenho certeza de que essa é a melhor maneira de conhecer a Comuna 13 de verdade. Isso porque os guias são a história viva da mudança pela qual passou a comunidade. Além disso, é também uma maneira de incentivar a economia do lugar.
Aliás, quando sai para conhecer a Comuna 13, fui com 2 amigos da Espanha. Logo onde começam as primeiras pinturas, fomos abordado por um jovem de 24 anos, de nome Cesar, o qual nos ofereceu o tour por 60 mil Pesos (entre os 3). Topamos.
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Além de Cesar nos explicar o significado de cada pintura, ele também nos levou para conhecer um pouco do lado “não turístico” da comunidade. Nos mostrou, inclusive, a casa onde vive com a mãe.
Com passagens pela área de telemarketing, Cesar resolveu se tornar guia local por incentivo do primo, que já leva anos mostrando a comunidade a turistas.
A mudança começa pela vontade política
Me lembro de um tempo atrás ter lido uma entrevista de Antônio Bonfim Lopes, o “Nem da Rocinha”, ex-chefe do tráfico na comunidade. Durante a conversa com o jornal El País, Nem conta que, quando houve investimentos públicos na favela, ele ‘perdeu’ muita gente para os trabalhos formais.
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Algo parecido ocorreu em Medellín. Ou seja, os que as pessoas querem, na maioria das vezes, é uma oportunidade. É muito fácil culpar e julgar alguém que nunca teve na vida uma alternativa que não fosse o crime. No entanto, a questão vai muito mais, muito mais além.
É preciso que o Estado não leve somente a repressão às favelas, mas que leve também a educação, a saúde e a infraestrutura. A mudança começa, muito, através da vontade de quem governa.
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Onde ficar em Medellín
EcoHub Hotel
Outra sugestão de onde ficar em Medellín é o EcoHub Hotel, que tem avaliação de 9,0 no Booking.com. Além disso, lugar conta com ótima localização e ainda inclui o café da manhã na diária (veja mais aqui).
Hotel Lomas 10
Igualmente localizado no bairro El Poblado, o Hotel Lomas 10 conta quartos com banheira de hidromassagem, academia, jardim, terraço e também inclui o café da manhã na diária (veja mais aqui).
Rango Hostel Boutique
Por fim, a minha última sugestão de hospedagem em Medellín é o Rango Hostel Boutique, que possui piscina, bar, quartos privados e compartilhados e oferece café da manhã (veja mais aqui).
Como chegar a Medellín
Se você estiver viajando pela Colômbia, pode chegar a Medellín em ônibus de praticamente todas as partes. A cidade está a 418 km de Bogotá e a 423 de Cali.
- Bogotá: veja preços e horários
- Cali: veja preços e horários
Outra maneira de chegar a Medellín é voando. Aliás, cabe destacar que os voos dentro da Colômbia são relativamente baratos se comprados com antecedência 🙂
- Dica: nos buscadores Skyscanner e Kiwi é possível comparar os preços e encontrar os melhores voos para Medellín durante o ano todo.
Gastos no dia a dia
– Prato popular: a partir de 5.000 Pesos;
– Transporte (metrô, metrocable e ônibus): a partir de 2.550 Pesos;
– Cerveja lata na rua: 3.000 Pesos
– Cerveja lata no bar: 5.000 Pesos;
– Água 1 litro no mercado: 1.000 Pesos;
– Uber (3km): 6.000 Pesos;
+ A importância do Seguro Viagem
Eu super indico que você compre um seguro viagem internacional ao viajar América do Sul, nem que seja um barato. Isso pelo fato de se tratar de turismo de aventura, o qual envolve riscos.
Além disso, ainda tem o lance da altitude. Desse modo, eu sempre compro o meu seguro utilizando o buscador Seguros Promo, que oferece opções baratas e personalizadas. Além disso, se você usar o cupom VIDANAMALA5, ainda ganha até 15% de desconto.
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E aí, gostou da história? Quer saber mais sobre como conhecer a Comuna 13, em Medellín? Então deixe o seu comentário abaixo!
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