Auschwitz campos de concentração

CONHECER AUSCHWITZ É MORRER UM POUCO

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    VISITAR AUSCHWITZ É MORRER UM POUCO

    O Holocausto foi o maior genocídio em massa da história do século XX. Acredita-se que o Partido Nazista, liderado por Adolf Hitler, tenha executado ao redor de 6 milhões de pessoas durante a 2ª Guerra Mundial.

    O processo de execução era considerado a “solução final” para a limpeza étnica promovida pelo nazismo. Envolvia, em sua grande maioria, o extermínio de judeus. Porém, mais pessoas também foram assassinadas, como ciganos romenos, prisioneiros de guerra soviéticos, homossexuais e testemunhas de jeová, por exemplo.

    É sabido que o Holocausto não é o primeiro genocídio em massa da história da humanidade. Nem mesmo o que mais matou pessoas. Mas acredito que, pelo fato de as estruturas ainda estarem em pé e ser possível a visitação, é algo muito marcante.

    Sim, Auschwitz é marcante. É uma cicatriz a céu aberto onde é impossível não morrer um pouco quando lá se colocam os pés. Se trata de uma rede de 48 de campos de concentração, sendo 3 os maiores e mais marcantes: Auschwitz, Auschwitz II-Birkenau e Auschwitz III-Monowitz. Dos 3, apenas o último não está aberto à visitação.

    A condições desumanas

    Os campos de concentração não eram somente locais de execução, mas também de trabalhos forçados. Ali, prisioneiros trabalhavam dezenas de horas ao dia, sem alimentação adequada, sem descanso e descalços em temperaturas que chegavam aos -20 graus em pleno inverno polonês. Não à toa, era comum que muitos morressem de exaustão, desnutridos ou doentes.

    Isso sem se falar nos “experimentos” médicos promovidos pelos nazistas nos campos. Prisioneiros eram usados como cobaia para testes de medicamentos, cirurgias, resistência a doenças, entre outros horrores. Por isso eu digo que visitar Auschwitz é morrer um pouco também. Pelo menos foi o que eu senti quando estive lá.

    Durante a visita, é possível visitar os alojamentos onde os prisioneiros se amontoavam e ver os objetos trazidos por eles ao desembarcar em Auschwitz: escovas, canecas, malas, sapatos (milhares infantis). Tudo está conservado pelo museu.

    Auschwitz, aliás, foi uma alternativa encontrada por Hitler para a superlotação dos presídios convencionais poloneses, que já não eram capaz de abrigar o número de presos políticos.

    Auschwitz Cracóvia Polônia
    Calçados dos prisioneiros dos campos de concentração de Auschwitz e Birkenau, todos expostos no museu

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    “A solução final”

    “A solução final” foi o nome dado pelo Partido Nazista para os campos de concentração, principalmente para a unidade de Auschwitz II-Birkenau.

    Auschwitz II-Birkenau era o campo de maior capacidade e onde estavam localizadas as 5 câmaras de gás e os fornos crematórios utilizados para exterminar os prisioneiros. Eles eram despidos e encaminhados para as câmaras, onde acreditavam se tratar de um banho coletivo.

    Já dentro das câmaras, morriam sufocados pelo gás exalado pelas “duchas”. O sistema, aliás, foi uma maneira encontrada pelos nazistas para economizar munição na hora das execuções.

    A vistoria dos corpos para encontrar objetos de valor

    Antes de irem para os fornos crematórios, os corpos passavam por uma vistoria, a qual era realizada pelos responsáveis do local: objetivo? Tentar encontrar algum objeto de valor que não havia sido detectado antes: anéis, correntes, dentes de ouro.

    Por falar em “objetos de valor”, no museu de Auschwitz também há uma sala com o cabelo das mulheres prisioneiras. Ao desembarcar nos campos de concentração, elas tinham o cabelo raspado, o qual era vendido ou usado para a confecção de roupas para os soldados nazistas.

    Um das câmaras de gás onde os prisioneiros eram enviados para a execução

    Um passado com o intuito de evitar o futuro

    Quando você entra nos campos de concentração de Auschwitz, uma frase, de autoria de George Santayana, chama muito a atenção:

    “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”.

    Esse é o intuito de Auschwitz nos dias atuais, lembrar os horrores do passado para evitar que isso volte a acontecer. O local nos faz refletir sobre como a humanidade é cruel quando tem permissão para isso.

    Por situações assim, por exemplo, eu não consigo entender como ainda há quem vá para as ruas e peça “intervenção militar” no Brasil outra vez. Me parece um misto de insanidade, desrespeito e desconhecimento.


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    Desconhecimento sobre todas as atrocidades cometidas pelo regime, como crimes, torturas, assassinatos. Desrespeito com a democracia e, principalmente, com as famílias que tiveram entes desaparecidos ou assassinados.

    Como um amigo peruano me disse um dia, nos falta educação na América Latina, nos falta valorizar a história. É isso que faz em Auschwitz. Se expõem as feridas, não para que elas cicatrizem, mas para que mostrem as dores de algo que jamais deva ser repetido.

    Auschwitz Cracóvia Polônia
    Locais onde milhares de prisioneiros eram amontoados na hora de dormir

    Informações úteis

    Os campos de concentração foram desativados em 1945, logo após o fim da 2ª Guerra Mundial. Em 1947, o governo Polonês criou o museu nas instalações de Auschwitz e Auschwitz II-Birkenau.

    Já em 2002, a Unesco declarou os campos de concentração como Patrimônio Histórico da Humanidade. Registros apontam que mais de 30 milhões de pessoas já visitaram o local.

    A entrada é grátis, mas eu aconselho fazer o tour guiado. Além do audioguia, você recebe uma aula de história.

    Os campos de concentração estão localizados na cidade de Oświęcim (Oswiecim), distante 70 km da Cracóvia, principal ponto de partida para a visitação.


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